4 de novembro de 2014

Depois não me venham com a tanga do comércio tradicional

Gosto de comprar os meus discos e livros em locais físicos, só recorro à internet em caso de necessidade. Embora não faça grande questão em optar pelo comércio tradicional em detrimento de grandes cadeias, gosto de comprar em lojas de rua. Geralmente a minha decisão baseia-se no tipo de disco que procuro e na proximidade do espaço em si, seja o espaço de que tipo for. Ainda assim, prefiro comprar na Louie Louie do que na FNAC, às vezes estamos a falar de um preço mais alto, mas é gente porreira que percebe de música, algo que, para mim, é essencial. A questão é que, nesta última visita, a oferta de discos novos estava muito, muito fraquinha. Acabámos por não comprar nada e decidimos ir a outra loja de discos, ignorando a FNAC. Ora, nessa loja de discos fui confrontado com a má cara e má vontade de um dos donos do sítio. Primeiro, numa resposta típica do "isso não existe", sendo o "isso", isto. Que, incrivelmente, existe, eu que gosto tanto de inventar discos e bandas afinal estava a falar de um artigo real (ainda para mais quando lá tinham três eps da banda em questão.). Depois, ao perguntar por outra banda a resposta foi um simples e seco não. Só assim. Não. Não vamos procurar no sistema ou na internet ou no catálogo do fornecedor, saber se podemos encomendar. Nada. Uma vez perguntei por uma banda na Louie Louie e saí de lá com quatro discos encomendados. Já nesta loja o negócio deve ir muito bem para perder vendas assim. O resultado? Fui ao sítio menos provável, pelo menos para mim, para comprar discos: o El Corte Inglés. Nunca pensei comprar discos lá, mas, para meu espanto, a oferta era razoável e os preços, de longe, os melhores e onde o gajo engravatado da caixa ainda mostrou o seu apreço pelas obras em questão, apelidando as mesmas de clássico e elogiando as reedições que tinham à venda. Sendo assim, vieram três para casa (serão para prendas de anos, as pessoas são muito pacientes para comigo). E isto podia ter sido resolvido numa loja de rua, de comércio tradicional, não fosse a má vontade do homem. Quando trabalhava no atendimento, e num estabelecimento que não era sequer meu, eu esforçava-me por deixar satisfeito cada um dos meus clientes. De preferência que saíssem com um ou mais livros na mão. Mas, mesmo que não levassem nada, que deixassem uma encomenda, que descobrissem o livro que estavam à procura (mesmo que comprassem noutro lado).  É o mínimo. Resultado; não só não lá volto como não mando lá mais ninguém.

(acho que ela quando me oferece estas coisas se esquece de que depois vai ter de ouvir os mesmos até à exaustão)



6 comentários:

André disse...

Foste à carbono.

Ricardo disse...

Sem pistas nem nada, muito bem.

André disse...

É o atendimento padrão que eles têm!

Ricardo disse...

Parece que é assim, hoje em dia.

Era cliente assíduo na Almirante Reis (devo ter comprado mais de 100 cds lá) e nunca tive razões de queixa. A verdade é que entrava e pegava nos cds e pagava, não tinha de perguntar por nada.

André disse...

Também ia muito lá, e a loja tinha um ambiente bem melhor. Também pessoas diferentes (por exemplo, o rapaz da Louie Louie trabalhava lá). E aquele centro comercial ajudava bastante.

O imaviz agora faz lembrar isso. Fui lá ainda poucas vezes, mas acho que é promissor.

Ricardo disse...


Não fazia ideia do que estava a acontecer no Imaviz mas, pelo que estou a ver, faz lembrar um bocado o Portugália.

Parece-me bem.