Assisti, infelizmente, num curto espaço de tempo, a dois fins de relação no facebook. Em ambas, uma das partes (a feminina) usou o facebook para extravasar sentimentos: houve pedidos de justiça, o apontar as promessas quebradas, o delinear toda uma vivência de miséria vindoura, a solidão espalmada em cada tecla, o desmascarar de uma aparentemente longa traição, o colocar fotos de uma suposta amante e por aí fora. Em ambas, nem sinal da outra parte envolvida: há posts e contas apagadas, haverá silêncio e vergonha. Antigamente estas coisas aconteciam nas ruas e vielas, com roupas que voavam de janelas, insultos que não conheciam paredes, ruas onde se selavam o fim de relações. Mudámos para melhor? Duvido.
2 comentários:
O entendimento da dinâmica emocional, quer aplicada às relações quer às redes sociais, só por si são aspectos que dão para um compêndio de psicologia, sociologia e por aí em diante.
Diria que 50% das pessoas (estimativa conservadora) vive uma adolescência digital e não percebe (ou não se preocupa em perceber) a extensão de tudo o que expõem nesse meio.
Nas vielas e nas janelas que referes o eco acabava quando acabavam os gritos e a roupa era apanhada. Aqui o eco propaga-se expande-se pode ficar em cativeiro longe de quem o emitiu e chegar onde nunca chegou antes.
Para o bem e para o mal.
Por enquanto podemos apenas dizer que o panorama mudou. Daqui a 20 anos pergunta-me até que ponto foi para pior ou se, por breves instantes, ainda houve a esperança de algo bom a retirar.
SMak
se fosse antigamente a gaja mandava-te os vinis pela janela. onde é que isso é melhor? :p
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