5 de novembro de 2013

Trinta e três

Continua a parecer que tão pouco se passou, no entanto olho para trás e vejo tanta coisa no caminho, tanto que se perdeu, fora tudo o que se esqueceu, estes trinta e três foram bons, saldo positivo, sem sermos campeões vamos todos os anos à champions, perdão pela metáfora mas o futebol dá-me sempre saída para estas coisas, li numa revista qualquer ou vi no facebook, hoje é tudo a mesma coisa afinal de contas, que os homens só entram na idade adulta aos cinquenta e quatro, acho que a minha pequena obsessão pela ps4 acaba por comprovar isso, portanto ainda tenho muito que correr até ser um adulto a sério, embora, para a minha filha, eu já esteja a caminho da campa, trinta e três para ela está a um mundo de distância, ela que, hoje ao almoço, me perguntou se eu, caso ganhasse o euro milhões, trocaria a minha namorada por uma modelo, a minha reacção foi a óbvia: foi ela que te mandou perguntar isso?, ao que ela respondeu que não e então eu dei-lhe um enorme sermão e perguntei se ela gostaria de ser trocada por uma filha modelo (eu já sou modelo, respondeu ela, e faço ballet e mais não sei quê) e boa aluna (aqui calou-se muito bem caladinha porque a menina este ano deu para oscilar entre os oitenta e o oito e os quarenta e oito por cento, fora as faltas de material...), e ela aí amuou mas nada que um Santini não curasse, seguido de uma visita aos meus amigos companheiros camaradas colegas dos livros que tiveram a tresloucada ideia de abrir uma livraria no centro de Cascais, passe a publicidade, vão visitá-los, e assim, entre visitas e almoços e idas ao ballett, se passa mais um dia de anos onde vou, mais uma vez, festejar o aniversário juntamente com a senhora que me colocou neste mundo, cinco de novembro de mil novecentos e oitenta, a senhora achou por bem ir trabalhar no dia de anos, grávida de nove meses, então vamos lá voltar para trás, o comboio tem uma vista bonita e é como se nada fosse, passa num instante, próxima paragem, maternidade, e, trinta e três anos depois, trinta e três anos de parabéns cantados para a teresaericardo uma salva de palmas, das coisas que mais me assusta é um dia fazer anos sem ela embora eu saiba que, quando um de nós fizer anos, seremos sempre dois.

1 comentário:

Pólo Norte disse...

"...embora eu saiba que, quando um de nós fizer anos, seremos sempre dois."

:)