13 de agosto de 2014

Luto

Voltei hoje à igreja das Fontainhas. Da última vez que lá tinha estado tive o meu tio e padrinho a desfazer-se nos meus braços. Tinha morrido a minha avó e, um pouco por toda a minha volta, havia uma cruel inversão de papéis entre quem é abraçado e quem conforta quem. Hoje voltei lá. Pela segunda vez a vida leva um filho a um dos meus amigos de adolescência. Lá estive, com ele a desfazer-se nos meus braços enquanto me garantia que tinha feito tudo. E eu sei que fizeram, toda a gente sabe. Não há palavras, dizia-me ele. E não há. Não há, foda-se.