27 de outubro de 2012

Nuvem

Gostei de Ornatos, podia ficar por aqui o post mas tenho mais alguns minutos da hora de almoço para escrever e, em não me apetecendo ler em tão pouco tempo, deu-me para escrever, portanto vou explicar melhor, aquilo podia ter sido assim de um nível estrondoso se a setlist tivesse outra organização, ainda assim foi memorável, o primeiro concerto da Catarina em recinto fechado e logo o primeiro dia de Ornatos?, é bom que ela diga na escola que o pai é fixe e a leva a ouvir estas músicas do diabo, as freiras vão adorar, claro que, como não podia deixar de ser, ela antes do concerto esteve mais ocupada a ensinar a umas amigas minhas os ossos do corpo humano, a explicar o que era um sismo, a demonstrar o conhecimento de star wars e lord of the rings, o que motivou uma rapariga que a conhecia pela primeira vez a perguntar, enquanto a abraçava, se a podia adoptar, depois, já dentro coliseu, obrigou-me a sentar-me mais atrás para ficar ao pé delas, e pronto, lá fiquei eu, a vê-la agarrada ao corrimão da bancada, de olhos cheios no palco vazio, a excitação dela no caminho, aquele seu habituar tagarelar incessante, tinha se transformado num respirar mais lento e pesado, o corpo dela mexia-se pouco, as mãos não largavam o corrimão, estava lá, estava quase, a banda cujos discos ela coloca a tocar sozinha, são mais dela que meus, o que no fundo se aplica a tudo, depois foi vê-la cantar e dançar e saltar e reclamar no fim porque o Manuel Cruz nem uma vez olhou para ela, ela que tanto lhe disse adeus, e porque ele foi cumprimentar as pessoas do outro lado do palco e deste lado não veio, e o Jorge Cruz de Diabo na Cruz é mais fixe porque olhou para ela no concerto, ..., porquê?, pergunto-me eu, porquê?, enfim, ela está a crescer, e eu a ficar mais pequeno perante a vida dela que se expande a um ritmo alucinante, já quase não precisa da minha mão, deixo a aberta para quando precisar, não a prendo, depois, no caminho para casa, encostou a cabeça no vidro do carro e foi a dormir, diz que no dia seguinte acordou sem problemas e foi para a escola feliz e contente, já eu acordei às quatro e quarenta para passear o Link e vir trabalhar por motivos e razões, e eu sei, eu sei que era a celebração dos Ornatos mas a noite foi totalmente dela.

2 comentários:

Passion Addicted disse...

Eu fui com a Passionata no segundo dia e o concerto foi exactamente igual. Abriram com a mesma música, fecharam da mesma forma, não tocaram a Letra S (que pena...) e tocaram mais músicas do álbum de raridades do que no dia anterior, mas essencialmente o concerto foi o mesmo. Na "Pára-me Agora" foram três putos para cima do palco tocar e cantar com eles que depois foram conhecê-los ao backstage (inveeeeeeeja) e o Manel na "Raquel" só tocava a guitarra. O público fez o resto... LINDO! Foi o melhor concerto de uma banda Portuguesa a que já fui (Rammstein, Pearl Jam e Muse continuam intocáveis) e amanhã iria vê-los outra vez se tivesse essa oportunidade! Agora, é ver Linda ;artini.... :D

Ricardo disse...

Apesar de Linda Martini ser intocável para mim e do concerto do Ritz ter sido transcendental, isto é num nível completamente diferente... A antecipação do público, a entrega, o sentimento de admiração... Realmente com uma banda portuguesa vai ser difícil bater isto.