16 de julho de 2012

Memorial dos impotentes

Melhor do que ir trabalhar numa segunda-feira sem grande vontade, é ficar a trabalhar numa segunda-feira sem grande vontade das 8:50 às 22:10. Isto sim é um dia bem passado. As últimas horas que passei no balcão (infelizmente cada vez mais raras, mas toma lá que é para não te queixares) deram para constatar o seguinte: 
Os espanhóis estão cada vez mais a comprar livros em português, e não são só os galegos que o fazem. Foram vários espanhóis que compraram, desde romances a livros de história. Também vendi livros em português a franceses e italianos, geralmente do Pessoa.
Um cliente inglês comprou TODOS os mapas do Algarve que nós tínhamos. Todos. Novos, antigos, tudo. Dêem-lhe dois ou três dias e ele encontra a Maddie. 
O Tony Banza continua a bombar como banda sonora das noites solitárias em livrarias antigas. 
Antes disso, acompanhadas pelo sol que se punha, duas miúdas tocavam violino e violoncelo à porta da entrada para o parque subterrâneo, música ideal de fim tarde, capaz de acalmar até pessoas que, vamos supor, estão chateadas porque não lhes apetece trabalhar doze horas. 
Um cliente não levou o primeiro volume do Em Busca de Tempo Perdido porque não tínhamos a primeira edição. É, íamos ter  a primeira edição do Do Lado de Swann à espera dele. Há gente para tudo.
Saio, está uma noite do caraças, 27º, não fosse o cão e entregava-me à Pensão Amor, mas isto de ter juízo tem que se lhe diga.

4 comentários:

J disse...

Pensão Amor... saudades!

Mam'Zelle Moustache disse...

Mas explica-me lá uma coisa, o teu cão é ciumento, é isso?

Ricardo disse...

O meu cão é ciumento, efectivamente, embora isso nada tenha a ver com o caso.

Custa-me deixá-lo muitas horas sozinho..

Ana A. disse...

Entregavas-te à Pensão ou ao Amor?