11 de junho de 2012

Ela cantava boleros

No último feriado levei o Link a passear ao pé da praia. Já há algum tempo que não ia com ele para esta zona. Levei o Cabrera Infante para ler, na esperança que ele se deitasse na relva, ao pé de mim, enquanto eu lia descansado e descansava os olhos no mar. Claro que rapidamente me recordei do porquê de não vir com ele para esta zona quando está bastante gente. 
Não consegui ler nada. Fui interpelado por duzentas e cinquenta e três pessoas. Tive de ouvir a piadinha do "Link? Eheheh, tirou-o da Internet?" ou "Link? Porque não Download?" algumas trinta vezes. Uma hipster (essa gente do piorio) tirou-lhe uma foto com uma lomo, agora o meu cão vai ser a capa do mural da hipster, ninguém merece. Duas jovens mulheres tiveram cerca de vinte minutos a tentar meter-se com ele, enquanto eu lia. Quando, finalmente, ele lhes dá atenção, uma delas tenta fazer-lhe uma festa com a mão direita, enquanto segurava na mão esquerda um lenço de papel. Claro que o Link comeu o lenço de papel da mão dela, deixando a rapariga meio assustada, e a amiga deliciada. Resultado: ainda se sentaram mais perto de mim e não consegui mesmo ler. Depois as perguntas do costume "quanto pesa?", "come muito?", etc. Gosto particularmente da pergunta "morde?". Respondo sempre: "até hoje não, mas há sempre uma primeira vez". 

3 comentários:

São João disse...

Essa meninada a insistir tanto, parece mais interessada no dono que no cão... truque mais velho :P

Ricardo disse...

O dono é mais desconfiado do que o cão =P

Lia disse...

Eu tive um cão. Não era um "monstro" como o teu, mas de pequeno tinha quase nada. Também ia passear com ele e também ouvia perguntas muito interessantes. À pergunta "morde?", a resposta era, invariavelmente, sempre a mesma: "Só a quem faz perguntas".

Podes crer que eu tinha tempo para ler depois de respostas assim :$