22 de abril de 2012

Respectiva

Sendo que não é possível prolongar determinados momentos, gostava muito de os repetir. Uma, e outra, e outra vez. E estes últimos cinco dias são um desses momentos, que conteve nele tudo de mim. Afinal existe vida, em mim. Todos os passeios. Os jantares em nenhum dos sítios em que tinha planeado. As viagens de carro nocturnas, rumo a lugares inesperados. Os sítios que fizeram de mim quem sou. Lojas com grades a meia altura. Manchas de vinho nos lençóis. Livros oferecidos. Coisas que não são preciso dizer, sentem-se. Coisas que não são preciso prometer, fazem-se. Sotaques soprados no vento, até ao coração. Fora do mercado, fora de tudo. Sono, o que é isso? Quebra de hábitos nocturnos. Pequenos-almoços na cama. Podia dizer que ficam as saudades, mas isso seria ridículo, fica mais, muito mais, ficam momentos e sentimentos muito mais importantes do que as saudades.
Por ti, risquei de vez a palavra "adeus". De vez.
Agora sim, até já.
Até já. 

2 comentários:

J disse...

Respira-se amor, por aqui...

Ricardo disse...

Aqui e ali, sim, respira-se.