21 de fevereiro de 2012

Elevador

Considero-me uma pessoa capaz. Em vários campos. Tenho é uma capacidade incrível de ter boas ideias, geralmente nas piores alturas e sítios. 
Hoje saí mais cedo do trabalho e aproveitei para levar o Link ao parque, na vã tentativa de encontrar aquilo vazio o suficiente para o poder soltar. Porque não ir passeá-lo com calças e ténis novos? Para quê mudar para algo mais confortável? Não. Vamos assim.
Quando lá cheguei, para meu espanto, o parque estava praticamente deserto. Soltei o Link e lá corremos um bocadinho. Claro que ele rapidamente ganha vontade própria e mete-se em caminhos (já vi um ouriço-caixeiro num desses caminhos) onde eu não ouso entrar, portanto fiquei a observá-lo de longe. 
Entretanto, chegamos a um sítio (uma espécie de anfiteatro natural) onde há uns bancos de pedra. 
Pensei: "é isto mesmo, vamos saltar os dois este banco de pedra". Um ideia que qualquer pessoa normal teria. Peguei nele, direccionei para o banco, expliquei-lhe mais ou menos a táctica (já percebo o que o Jesus sentiu ontem quando estava a dar as  instruções ao Witsel antes dele entrar) e lá fomos nós. Acontece que o Link não deve ter achado boa ideia a cena do salto, então à última da hora desvia-se para evitar o banco, e bate-me nas pernas quando eu já ia a saltar. 
Resultado: ele desequilibrou-me, eu falhei o salto, e rebolei uns metros pelo anfiteatro natural abaixo. Telemóvel e chaves de casa para um lado, chaves do carro e ego para o outro. 
Primeiro pensamento: "vou-me sentar e fingir que foi uma cena propositada". Rapidamente cheguei à conclusão que era impossível, tal o aparato da coisa. Depois olhei em volta, não havia mesmo ninguém, existe a pequena hipótese de não ter sido visto por ninguém. Menos mal. Claro que também há a probabilidade de alguém estar a escrever num blog, a esta hora: "ahaha, vi um ótário mandar um tralho brutal com o cão".
Lá fui para casa, com as calças novas todas verdes do lado direito, com a firme certeza de que seria hoje que me iria cruzar com uma vizinha daquelas de perder a cabeça.
E o cão feliz da vida, a subir a rua, este pequeno Bruno Alves de quatro patas, como se não fosse nada com ele. 

3 comentários:

Blue star disse...

hahahahahah
Priceless!!
Conto contigo para fazeres figurinhas desastrosas!
=P

*

Ricardo disse...

Por favor, nunca perdi a compostura.

Blue star disse...

Imagino...
=P