5 de junho de 2015

Trilogia da Fronteira

Eu estava à espera de sangue, violência, morte, afinal de contas é o Cormac McCarthy, uma pessoa sabe ao que vai. Ainda assim, este reencontro deixou-me desanimado com o seu fim. No livro que encerra a Trilogia da Fronteira (iniciada com o Belos Cavalos, seguido de A Travessia), voltamos a encontrar John Grady Cole, o cowboy coninhas e apaixonado do primeiro livro, e Billy Parham, o cowboy badass que salva uma loba no segundo, há lá coisa mais badass do que ir ao México levar uma loba de volta ao habitat natural dela. Claro que, sendo o McCarthy, em ambos os casos as coisas não correm muito bem. Neste reencontro, anos após os primeiros livros, os dois são amigos e brincam aos cowboys perto da fronteira e um deles (adivinhem qual) apaixona-se por uma puta mexicana epiléptica, pertença de um chulo que usa camisas de seda tipo Jorge Jesus na altura do Felgueiras. Não percebo, aliás, como é que o autor nao mencionou isso. Apesar de saber que as coisas iam correr mal, fiquei lixado com o desenrolar da história. Este livro foi escrito antes dos outros dois e era supostamente um guião. Isso nota-se pela existência de mais diálogos e menos prosa épica. Uma pena, mas ainda assim é jeitoso. Aconselho vivamente a trilogia. E fica uma lição para todos: se és cowboy e gostas de mulheres ou animais, não vás ao México, acontecem coisas e depois é uma maçada.

Sem comentários: