31 de dezembro de 2014

2014

Nunca recebi tão poucos desejos de bom natal e ano novo, não me cortei a embrulhar três mil, quinhentos e vinte e nove livros, não almocei pó e jantei cansaço, não vivi com o risco de morrer soterrado em pilhas dos vários volumes das Cinquenta Sombras de Gray, mas senti uma falta tremenda disto tudo, especialmente dos meus livreiros, só dos meus, dos outros nem por isso, só faz falta quem cá está e o meu coração não dá (nunca deu) para todos. Perdi amigos. Perdi uma livraria. Perdi um avô. Ganhei uma nuvem negra que me parece acompanhar mas tenho lidado (quase sempre) bem com isso, com a ajuda certa. Perdi a vontade de fazer prognósticos para dois mil e quinze. Apenas dois desejos: saúde para mim e para os que nunca me abandonam. E se eu, às vezes, faço por isso. Tive a sorte dela ter aceitado partilhar uma casa e uma vida comigo, quando claramente eu não sou nem fui a melhor das companhias este ano. A Catarina cresceu mais um ano, está uma adolescente, não há volta a dar. Escrevi algumas coisas este ano, pouco no blog, parece que cada vez menos consigo escrever. Às vezes leio textos antigos meus e parece que foi outra vida, não me sinto capaz de escrever assim outra vez. Sei que isto não parece mas isto é um texto positivo: estamos a ultrapassar tudo, juntos, e eu desejo um feliz dois mil e quinze para todos os que passam por aqui, espero que para vocês, como para mim, seja um ano com um balanço positivo. Haverá novidades para breve. 

2 comentários:

Pólo Norte disse...

Bom ano para ti, para a aborrescente e para a conterrânea.

The best is yet to come.

Uva Passa disse...

Bom ano Ricardo! Isso da vida pregar partidas já se sabe. A vida baralha as cartas e nós jogamos. Melhor com bons parceiros. É o teu caso! Boa sorte!