3 de agosto de 2014

Paz

Domingo de manhã, ela dorme descansada no quarto, a Catarina está algures por Caminha, o cão está deitado no seu canto da sala, a única coisa que mexe são os olhos: alterna entre mim e a janela, por vezes fecha-os. O gira-discos, curiosamente, mantém-se silencioso, não tenho coragem de perturbar esta estranha paz que reina na casa. E sou feliz. Isto, claro, até serem catorze horas e o Benfica levar uma pazada do Valência, mas o que raio foi aquela merda ontem? Meti novamente a BTV, a pensar que coiso sim senhor, vamos lá mais um ano, e levo logo dois do Bilbao e cinco do Arsenal? São jogos de preparação, eu sei, mas para mim isso não existe: o Benfica joga? É para ganhar. Joga para quê? Não interessa, é para ganhar. Ou, pelo menos, fazer boa figura. O Jesus, às vezes, parece perdido. E não estou a falar das conferências de imprensa. O homem já devia saber que sempre que inventa e joga em 4-5-1 aquilo corre mal. O ano passado, antes da lesão do Amorim, o gajo ainda esboçou uma espécie de 4-3-3 (meio-campo com Matic, Amorim e Enzo, ataque com Markovic, Gaitán e Lima ou Cardozo) e a coisa correu bem. Mas o 4-5-1? Esqueçam. E a defesa, perguntam vocês. Qual defesa, pergunto eu. Pois. Vai ser uma longa época. 

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