Ao falarmos, à mesa, sobre o irmão da Catarina e o facto de ele ainda não falar, a minha mãe contou a história da minha primeira palavra, história que, curiosamente, eu nunca tinha ouvido. Quando eu pensava que ia ouvir uma enternecedora história que envolvia um bebé tremendamente bonito, numa praia ao fim da tarde, a dizer "mamã", perante os olhos verdes da minha mãe que brilhariam, só pode, tanto como o mar que nos servia de fundo, eis que surge a verdade: eu estava sentado na cadeirinha, na sala, a olhar para a televisão, enquanto dava o telejornal, e eis que sai pela primeira vez uma palavra da minha boca: Beirute. Normalíssimo: Beirute. Aparentemente era um Nuno Rogeiro em bebé e ninguém puxou por mim. Podia ser que agora fosse um crânio da geo-política, ou pelo menos tivesse melhor cabelo. Por outro lado, gosto muito de Beirut, portanto, tudo está bem quando acaba bem.
3 comentários:
Gostei desta!!
Podia ser pior: conheço uma pessoa cuja primeira palavra foi (inevitavelmente, em 79): "Ayatolla".
Teria futuro no Irão? Até hoje não sabemos. ;)
Nunca saberemos.
E eu que podia jurar que a minha primeira palavra tinha sido Benfica.
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