23 de junho de 2013

A montanha pariu um rato

Estávamos convencidos, eu e a progenitora da criança, que este era o ano em que a Catarina ia passar para o ensino público. A mudança de ciclo, juntamente com todas as mudanças a nível pessoal que nos afectaram nestes últimos anos, servia de motivo perfeito para a criança deixar o seu colégio de freiras e passar para uma escola pública, relativamente perto de minha casa e do emprego da mãe, e ao lado da casa do avô, aliviando-nos assim de um fardo mensal que era complicado de suportar. A verdade é que a dois dias da inscrição nesta nova escola, uma familiar ofereceu-se para ajudar a pagar a avultada mensalidade. Passam-se os dias das inscrições para trás e para a frente, na esperança que, depois de termos cancelado a pré-inscrição no colégio, ainda haja vaga para ela. E aqui surge uma daquelas parvoíces que só na cabeça desta gente: tenho de inscrever a criança, preciso de saber se ela tem vaga ou não tem vaga. Não estamos a pedinchar nada: se tiver vaga, felizes da vida, ganham mais uma boa aluna e umas centenas de euros por mês, se não, amigos como sempre, inscrevo-a no público. Preciso é de saber se há vaga ou não. Agora dizerem-me isso? Nem pensar. Pedem-me para inscrevê-la no particular. Mas tem vaga, pergunto eu. Não sei, vamos ter uma reunião com os pais da menina e discutimos isso. Ah, está bem. Então, mas se eu a estou a inscrever no privado é porque me garantem vaga. Não, não, temos de ter a reunião. Então vou inscrevê-la no público. Não, não, não há problema, inscreva-a no nosso externato. Então tem vaga? Ah, não, tem que ir à reunião primeiro. E pronto, não saímos disto. Agora terça-feira vou à reunião, espero que não seja para nos darem na cabeça por termos cancelado a pré-inscrição e agora termos mudado de ideias. Ninguém mudou de ideias: apenas não havia fundos. Ora, sem fundos não há mensalidade, sem mensalidade não há privado. Também acho piada ao facto de andarmos há praticamente um ano num drama por causa das escolas (a mãe prefere umas, eu outras, normal), e só a dois dias da inscrição é que a senhora se oferece para ajudar na mensalidade. Estou, obviamente, agradecido pela ajuda. Mas é mais uma atitude de pessoas que estão habituadas a ter tudo e a passar por cima de todos, seja como for, fala-se com a pessoa a e b e pronto, as coisas resolvem-se. E isso enerva-me, ainda que seja a meu favor.

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