21 de abril de 2013

Dos títulos que começam por "dos"

No outro dia partilhei no meu mui selecto e refinado facebook aquela votação para eleger a livraria preferida  dos lisboetas, na ânsia, claro, de que a minha ganhe (acho difícil, mas...). Recebi uns comentários na brincadeira, tudo bem, tudo normal, até que uma ex-funcionária da livraria (trabalhei com ela mas numa livraria em Cascais, não nesta em particular) diz que nunca votaria na minha por causa da falta de condições e limpeza dos locais destinados aos funcionários e do mal que pagam a estes... Faz-me confusão este tipo de pessoas que confunde as coisas: esta votação dirige-se ao público em geral, leitores, consumidores. As coisas mudaram bastante desde que a senhora em questão saiu de lá. Ela tinha alguma razão na questão da limpeza. Agora, quanto ao vencimento? Mas em que sítios é que ela faz as suas compras? A maior parte dos sítios paga o ordenado mínimo. Ou paga abaixo do que seria expectável. Depois, a realidade já nem é essa: penso que a maior parte (ganha mal, muito mal...) ainda assim ganha acima do ordenado mínimo. E a verdade é esta: quantos consumidores se preocupam com quanto ganham os funcionários das superfícies comerciais que visitam? Para quem é que esse é um factor determinante na escolha da loja onde compram os seus bens? Obviamente que eu nunca pactuaria com situações de ilegalidade, abuso, escravatura moderna. Mas estamos a falar de situações completamente diferentes: ganham pouco, é verdade, não vou ser hipócrita e negá-lo, mas não é cometida nenhuma ilegalidade nem lhes é pedido nem exigido nada do outro mundo enquanto livreiros. Claro que muito podia ser mudado, tudo podia ser melhorado e tenha eu oportunidade um dia de o fazer assim será feito. Mas não se pode confundir uma votação para consumidores com uma carta aberta para ressabiamentos ou reclamações sem sentido.

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