25 de julho de 2012

Hard to get around the wind

Só no sítio onde trabalho é que entra alguém no nosso gabinete a dizer que há uma pessoa que deseja falar connosco e que essa pessoa é um "poeta-fadista" castiço. Lá fui conhecer o poeta-fadista, meio contrariado, confirmei a parte do castiço. O poeta-fadista queria ter um livro dele lá à venda, era para ele um sonho. Falou-me do seu livro. Tem fados e poemas, diz ele. Sozinho não tinha chegado lá. E tem um fado muito bonito contra a pedofilia, acrescentou. Medo, passemos à frente. 
Se há dias em que concretizamos pequenos sonhos há outros em que os desfazemos. E a minha frieza em termos de funcionamento institucional deixou-o derrotado, e isto custa-me, dói-me, eu, idealista, pessoa que acredita para lá do expectável. E o senhor, sempre sorridente e simpático, a oferecer-me margens na ordem dos 75%, e, mesmo perante as minhas recusas em aceitar o livro na hora, continuava a sorrir e a contar histórias da livraria e de como era o maior sonho dele ver o livro dele lá exposto. Claro que o aconselhei sobre a maneira mais fácil de o fazer, mas o facto de não o poder ajudar mais afectou-me.

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