12 de janeiro de 2012

Tipo como quando vais conduzir e tens uma pessoa que faz cinco ou seis viragens exactamente como tu fizeste, e achas que te estão a perseguir e que é agora que te vão matar, e depois começas a pensar "mas a quem é que posso ter feito mal?" e lembras-te de tanta coisa que fizeste errado na vida, e, enfim, pensas que és demasiado novo para morrer

Ela entrou uma paragem depois de mim no autocarro. Olhou de relance para mim, como faz todos os dias. Saímos ao mesmo tempo do autocarro, ficámos na mesma paragem do comboio. Hoje, por ter de ir para os escritórios da empresa, no âmbito do projecto de "fazer umas cenas novas no sistema", tive de sair em Algés. Ela também saiu em Algés. Não fazia ideia que era aí que ela saía. Fomos a andar para o mesmo lado. Tinha de apanhar um autocarro, o melhor para lá chegar, segundo um colega. Aparentemente ela também apanha esse autocarro. Posso assegurar que o olhar que ela fez quando olhou para trás, ao entrar no autocarro, e viu que eu estava exactamente atrás dela para comprar o bilhete foi do tipo: "meu Deus, vão encontrar o meu corpo numa mata".

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